Motorista dá nova versão e admite fazer uso de crack

Time aguardando material esportivo. Foto: Félix Neto
Sabe aquelas estórias que você houve e fica com uma pulga atrás da orelha? Pois é, depois da versão de sequestro com arma de fogo sendo empregada que teria envolvido cativeiro, liberação a noite por parte dos sequestradores e ônibus passando a noite toda em um estacionamento perto do Corpo de Bombeiros antes de voltar para casa, o motorista Charles Amâncio voltou atrás e deu outra versão em que confessa ser usuário de crack e que sua saída do hotel teria sido por livre e espontânea vontade.


A "nova" versão
Segundo Charles, na noite fatídica que antecedeu o jogo entre Formosa e Brasília no estádio Serejão, o motorista teria saído do hotel em busca de um barzinho no centro de Taguatinga. No passeio, Amâncio teria se reencontrado com um antigo vício do qual luta para sair há pouco mais de um ano: o crack.

Frente a frente com a droga o motorista não conseguiu se segurar e fez uso da substância em conjunto com outro usuário e uma prostituta da região dentro do próprio ônibus da delegação que saíram do veículo logo em seguida. O uso inicial motivou Charles a procurar por mais crack, motivo pelo qual teria pego o ônibus para rodar pela região.

Durante sua busca Charles sido abordado por dois homens, sendo um deles Sícero Aparecido, suspeito identificado pela polícia na segunda e que tem passagem por porte ilegal de armas. Com eles o motorista do ônibus teria sido forçado a ir para Águas Lindas. No trajeto, os "sequestradores" não teriam feito ele beber e nem muito menos teria feito uso de arma de fogo.

Em Águas Lindas, o material esportivo teria sido comercializado pelos bandidos em troca de mais droga.

Opinião da polícia
O depoimento que durou cerca de sete horas iniciou com a apuração de algumas contradições: "Encontramos algumas contradições na primeira versão passada por ele. Quando o confrontamos, o Charles admitiu que era usuário de drogas. Vinha há cerca de um ano no processo de livramento, mas teve uma recaída"disse o delegado Moisés Martins.

Para o delegado Martins, a nova versão comprova que ainda há algumas falhas na versão dada por ele e que as investigações continuarão: "A história dele começa efetivamente a cair por terra. Estamos dando continuidade nas investigações. O que a gente observa nesses casos de recaída de usuário de drogas é que se trata de um processo muito violento" afirmou ele.

A polícia também analisa a versão de que o próprio motorista é quem tenha auxiliado nas vendas das chuteiras e material da equipe do Formosa em troca da droga. Para isto, os agentes de segurança pública procuram por Sícero para confrontar as versões e buscar algumas respostas.

Segundo o delegado, caso a história seja falsa as coisas podem ficar complicadas para Charles com o risco de o motorista ser indiciado pelos crimes de apropriação indébita e de denunciação caluniosa. Somadas, as penas podem chegar de 5 a 16 anos de prisão.

Matéria de Alex Nunes para o Blog Esporte de Formosa/Clube do Esporte DF
Foto de Félix Neto

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