Comentários da partida: FORMOSA 0 x 4 AUDAX/RJ

Pela última vez no jogo iremos fazer os comentários da partida do Formosa em competições oficiais em 2011. Entretanto, em questão de esportes teremos muito a fazer e a cobrir até o final do ano. Enfim, para muitos, o alviverde não ia adiante. Não é a tôa que tivemos o pior público do ano, quiçá da história do clube.

O Formosa teve um ano de aprendizado e vai ter que mostrar para todos que estará mais preparado para a próxima temporada, a começar pelo Campeonato Candango que terá dez equipes e será bem mais competitivo que o deste ano.

O desmanche do time vai ser total até o final do ano. Alguns atletas deverão figurar no próximo torneio e outras modificações (boas e ruins) irão acontecer ainda. Mas, voltando ao assunto principal desta postagem, vamos aos comentários do jogo de ontem.

Era para ser um jogo com um Formosa mais agressivo... Era. Com apenas cinco remanescentes em campo - sendo alguns do banco - e com pouco tempo para treino, as falhas da falta de planejamento para o último jogo ficaram evidentes ainda no primeiro tempo.

O lado direito da zaga estava desprotegido e a cobertura no meio campo estava fraca. Os laterais também ficaram presos à marcação do Audax que se adiantou e dificultou a saída de bola do Formosa. O meio ofensivo estava improdutivo e os lances de perigo apareceram aos trancos e barrancos.

O Formosa estava incomum dentro de seu campo. Demonstrou garra em alguns momentos no primeiro tempo, onde teve sua melhor atuação. No segundo tempo, tentou chegar mais perto do gol do Audax e acabou tomando os gols.

Os remanescentes não fizeram boa partida e os novatos acabaram ficando rendidos à situação. Na partida de ontem, os atletas de mais tempo no profissional deveriam correr atrás do jogo. Tirando um ou outro, muitos deles estavam em clima de treino.

No segundo tempo, o desastre só não foi maior porque os cariocas erravam muito nas finalizações e no último passe. Sem dizer que a defesa do Formosa conseguia se manter viva.

Aos 10 minutos, Luís Carlos, ao tentar passar para um companheiro marcado - e o jogo foi cheio disso, não vimos uma virada boa de bola - a perde e, com a defesa toda desmontada, Castro chegou fácil ao gol e Sávio não teve muito o que fazer.

Depois, como num filme de terror, o Audax chegou de novo por onde? Pelo lado direito da zaga formosense. Chegou à linha de fundo e cruzou na medida. Novamente, falta de cobertura deixou dois ou três atletas laranjas com certa facilidade na chegada, convertida em gol.

O terceiro gol denotou a fragilidade nas bolas alçadas e na marcação individual dentro da área. E o último gol contou com leve falha de Sávio - e de toda a defesa do Formosa. Castro recebeu livre de marcação, sem ninguém perto dele na cabeça da grande área. Percebendo que Sávio estava um pouco deslocado, bateu chapado e colocado no canto fechando a tragédia.

Engraçado - se é que foi - que a despedida lembrou o jogo do Botafogo-DF. De novo a equipe levou quatro gols de uma equipe eliminada. Mas, defendendo os atletas em campo, todos foram vítima da falta de planejamento para este jogo.

Comentários e notas dos jogadores:

Sávio - Grande atleta e bom goleiro. No jogo de ontem falhou levemente em duas jogadas em que ficou cara a cara com o jogador adversário. Nota: 6,0.

Pitchula - Improvisado na lateral direita, o jogador, que tem uma característica mais ofensiva, ficou preso ao esquema tático do adversário e não conseguiu produzir com eficiência nem ser uma alternativa no ataque. Na defensiva atuou bem. Nota: 5,5.

Wilian - Jogador da base, entrou no lugar de Ancelmo/Thiago Eciene/Reginaldo Dias que deixaram o time durante a semana. Perdeu mais jogadas que ganhou, principalmente nas de velocidade. Evitou cartões e faltas perigosas. Foi de seu setor que saiu um dos gols. Nota: 5,0

Reginaldo Dias - Melhor em campo, o zagueiro foi um dos mais fortes na defesa atuando até na cobertura da própria zaga. Por conta de falha no esquema, ao tentar corrigí-lo, deu espaços para dois gols - que não teve culpa nenhuma. Nota: 6,5. Esse cabe no time do ano que vem.

Wilian Bahia - Mais uma vez, como titular, não foi eficaz. Teve a tarefa de ser opção ofensiva e não conseguiu fazer boa atuação constantemente anulado pelo time carioca. Nota: 5,0

Kássio - Sumiu na maior parte do jogo e parece não ter entendido a nova filosofia. Não chegou de trás para a ofensiva, não ligou o time ao ataque e não fez cobertura da zaga com eficiência. É um grande atleta que sumiu ontem. Nota: 4,5

Renatinho - Fez uma atuação razoável. Conseguiu aparecer na ligação para o ataque e fazer a contenção na meia. Mas, no segundo tempo, diminuiu a intensidade nas participações. Outro bom atleta que poderia ficar no time. Nota: 5,5

Glauco Carioca - Chutou duas bolas perto do gol e foi o jogador mais ofensivo do time. Apareceu bem na ofensiva mas participou de maneira tímida. Mesmo assim, teve um rendimento razoável dentro da partida de ontem: 5,5

Luis Carlos - Fez sua pior atuação pelo alviverde ontem. Errou duas viradas de jogo, deu passe errado que gerou o primeiro gol dos cariocas e foi facilmente anulado em campo. Num jogo como o de ontem, por ser o mais experiente e o camisa 10, deveria puxar o jogo para si. Como não puxou, atrapalhou o time todo que, como não ia para frente, ficou preso na defesa. Nota: 3,0 - por alguns passes curtos que acertou.

Júnior - Novidade em campo. Atuou na movimentação e tentou puxar o jogo. Demonstrou ter uma característica ora de centro avante, ora de meia ofensiva/segundo atacante. Mas não conseguiu envolver a defesa adversária. Teve atuação razoável. Nota: 5,0

Jackson - Terceiro jogo como titular e teve uma leve queda no rendimento em relação aos primeiros jogos. Continuou no jejum, mas não teve tanta culpa no jogo, uma vez que taticamente jogou bem. Foi razoável. Nota: 5,0.

Léo, Cássio e Alex Bahia - Entraram no lugar de Pitchula, Júnior e Jackson, respectivamente. Léo apareceu bem pelo lado direito e pouco recebeu bolas (o jogo ficou preso no lado esquerdo por conta de Luís Carlos que atuou naquele lado e não conseguiu virar as jogadas) assim como o substituído. Cássio ficou sumido no meio e não teve muito tempo pra atuar e Alex Bahia (ou Douglas) correu atrás do jogo. Chutou uma para fora e tentou buscar algumas jogadas no ataque, merece permanência também.

Técnico Heli Carlos - Para primeiro jogo recebeu um belo abacaxi para descascar. Não teve tanta culpa no jogo até porque não teve tempo para trabalhar o jogo. A única ressalva vai para o fato de ter que ajeitar a cobertura da zaga associada a boa saída de jogo. Principal deficiência no time de ontem que, nem tentou os lances dos chutões para o ataque de tão acuado que ficou. Foi bem na de base, na principal precisa de tempo para adquirir experiência.

E, mais uma vez, a torcida serviu de termômetro do time. Apenas 65 pagantes foram assistir à goleada do Audax. Uma prova de que se o time não conseguir mostrar confiança em campo para a torcida, vai ficar desamparado pelo mais importante à um time, os seus torcedores.

Ano que vem é um novo ano e a direção precisa urgentemente arrumar um modo de adquirir mais verba - através de empresas privadas - e montar um bom time. Está acontecendo o campeonato de acesso da segundona e vale a pena conferir alguns atletas do DF e de Goiás - onde acontece a terceirona e teve recentemente a divisão de acesso.

Aqui na cidade tivemos atuação de bons jogadores no amador. Vale a pena dar uma conferida. Tem de haver peneirões desde agora para ir buscando parte do elenco aqui de Formosa. E alguns jogadores que ficaram no time desde o acesso do ano passado devem ser dispensados. Tem gente que já contribuiu ao time mas está em declínio constante.

Houve um boato de que o presidente do clube estaria querendo sair. Mas, na minha opinião, não enxergo mais alguém que poderia manter o Formosa nesse nível com esse aproveitamento. Não tem um cara que banque a equipe e que seja um bom administrador. Temos alguns aproveitadores que atrapalharam o time todo e o planejamento. É hora de descansar e analisar um por um, porque temos algumas pessoas que não merecem ficar mais no time - nem dentro e nem fora das quatro linhas.