COMENTÁRIOS DA PARTIDA: Volta Redonda/RJ 4 x 0 Formosa

Não foi novidade voltar à Formosa sem ganhar nenhum ponto. Agora, voltar com um chocolate na bagagem, isso sim, foi surpresa. Não pelo que o time produziu, mas pela facilidade que o adversário conduziu o jogo e pela falta de um jogador de área e um jogador de passe no meio campo.

Não é desculpa dizer que houve grande número de desfalques, ou será que as peças de reposição são tão ruins? Eu não acredito nisto. Temos um banco limitado, é verdade, mas que é bom. Ontem, deixou a desejar por conta de dois grandes fatores. O primeiro, a confusão tática promovida com a saída do 3-5-2 para o 4-4-2.

Alterar a tática no meio do torneio não é uma coisa interessante. O 3-5-2 funciona bem quando há dois alas ofensivos e um ou dois volantes muito bem postados na defesa com grande poder de marcação. E neste caso, sem Rafinha (por exemplo) não é uma coisa interessante. Paraná não teve boa atuação e não demonstrou habilidade para ser o armador do time (também pudera, o jogador é volante e não subia com confiança).

Se não há dois volantes de marcação e se não há dois laterais que se movimentam bastante. O esquema tático falha. E, se a zaga não consegue acompanhar o atacante em velocidade, são três jogadores a menos. O equilíbrio tático do 3-5-2 é algo muito complicado de se analisar.

Tudo bem, houveram as alterações na virada para o segundo tempo. Entretanto, sai um zagueiro e entra um meia ofensiva. A cobertura (leia-se dupla de volantes), que já não estava tão boa, e ficou clara no primeiro gol, ficou muito mais fraca.

Resultado, duas chegadas do meia ofensivo Bombom, dois gols (sendo um, uma verdadeira pintura) e uma jogada em velocidade. Tudo em 13 minutos de jogo. O Formosa tem um ótimo plantel, é reduzido, mas de muita qualidade. Acreditamos que faltou um pouco de confiança para o grupo que, por estar reduzido, sentiu uma responsabilidade maior de representar o Formosa.

Um elenco grande promove disputa de posições no time. Um reduzido acostuma o time ao comodismo, uma vez que o atleta não precisa mostrar muita coisa para ganhar a vaga (não há concorrente mesmo). Esta semana vai ser dura para o elenco, para o técnico e para todos.

Se a diretoria não promover uma promoção, teremos o pior público dos últimos anos no Estádio Diogão (acredito que menor que da época da divisão de acesso). 80% da torcida sabia que o time iria perder, ninguém imaginou que seria de goleada. Agora, muitos já não acreditam no Formosa.

A derrota não seria tão prejudicial quanto a goleada. Entretanto, o Volta levou só três pontos e o Formosa não pontuou. Nosso maior medo agora é, o ponto perdido em Minas fazer a diferença no fim e a quantidade de gols tomado a esta altura não deixar o time passar de fase.

O caminho ficou difícil, tem que pensar em três vitórias e esquecer o resto. Agora é vencer tudo. Porque, como sempre foi, o caminho do Formosa nunca foi fácil.

Comentários e notas:

Donizete - Teve uma partida complicada e cheia de lances de defesa. Entretanto, não era seu dia e acabou levando quatro gols no jogo. Nota: 5,0.

Saymon - Ficou claro que é uma ótima opção para o 3-5-2 no setor ofensivo. Apoiou bem o time em algumas jogadas. Foi um dos melhores na partida. Nota: 7,0

Reginaldo Dias - Não teve uma boa participação no jogo. No esquema com três zagueiros ficou perdido com os outros. Não é culpa do zagueiro, acostumado em atuar em dupla. Fica difícil jogar sem cobertura também. Nota: 5,0

Ancelmo - Também não teve uma boa atuação. Sem a cobertura ficou difícil jogar e, com tática nova não conseguiu assimilar. Nota: 5,0

Reginaldo Silva - O mesmo comentário dos companheiros de zaga serve para ele. Nota: 5,0

Wilian Bahia - Não foi eficaz no ataque, não conseguiu dar suporte na defesa. Se perdeu em campo e teve poucas oportunidades para mostrar o futebol. Nota: 4,0

Renatinho - Atuou como volante no jogo e, após jogar várias vezes improvisado nas laterais e no meio campo ficou perdido em jogo. No primeiro tempo, apesar dos pesares, atuou bem e anulou bem o lado esquerdo do ataque carioca (costas de Saymon), às vezes trocou de função com o Paraná se adiantando. Nota: 5,5

Kássio - Outro grande atleta que simplesmente não vingou. Não teve apoio defensivo pelo seu lado, Bahia também não conseguiu ter um bom entrosamento e foi daí que surgiram os principais lances do jogo para o Voltaço. Às vezes trocou de função com o Paraná se adiantando. Nota: 4,0

Paraná - Perdido no jogo não conseguiu atuar na frente armando as jogadas. Atuação razoável no primeiro tempo. Nota: 4,5

Luiz Carlos - Esse aí jogou de segundo atacante ontem. Porque não colocaram o moço para ser o articulador das jogadas? Coisa que ele teve de fazer deixando Pitchula sozinho no ataque. Mesmo assim ainda foi referência na frente (imaginem, segundo atacante como referência). Nota: 7,0

Pitchula - Não tem como tecer comentários para o jogador porque a tática que foi se bagunçando deixou o jogador sozinho na frente. Fez o que podia ter sido feito. Nota: 5,0.

Pedro Henrique, Glauco Carioca e Alex Bahia - Entraram no decorrer do segundo tempo e não tiveram culpa nos gols uma vez que o time não conseguiu realizar a adaptação à velha tática. Só lá pelos 15 minutos, com o jogo definido, dominaram o jogo, mas mesmo assim não assustaram tanto o time carioca que não se preocupou mais em atacar.

Técnico Marquinhos Bahia - Tentou improvisar o time com as peças que tinha. Vacilou em colocar o único armador de fato no ataque tirando a ofensividade do meio. Deveria ter treinado mais o time com três zagueiros, e olha que teve tempo para fazer o teste de mudança de esquema. Mas não pode ser culpado pela derrota. Fez o que todos fariam. Começou errado e tentou concertar, pena que todos os lances de perigo se converteram em gol, uma pitada de sorte do adversário, que além disto mostrou qualidade. Nota: 4,5

PS - É válido lembrar que o time ainda tem chances de passar de fase. Se era difícil, ficou mais ainda e na próxima rodada teremos um time já classificado pela frente. A equipe que aqui está é boa, tem qualidade e é formada por grandes atletas. Agora, reconquistar a confiança da torcida, que era uma missão quase impossível, agora ficou mais difícil. Tá na hora da diretoria baixar os preços dos ingressos e divulgar isso o quanto antes. Caso contrário, contra o Villa, teremos a pior média de público da história do Formosa. Ninguém merece isso.

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